domingo, 4 de setembro de 2016

Vitória de Sto Antão - A música que rola na terra das Tabocas.

Por Raphael Oliveira

Todos já sabem o prazer que tenho em falar de música, porém, é com um carinho todo especial que eu venho falar da música da minha cidade, na verdade o blog O Som na Cidade nasceu dessa necessidade e confesso que estamos deixando esse assunto um pouco de lado, não que não tenha sido abordado, você pode conferir aqui que já teve postagem, escrita pelo amigo Gabriel Oleron, sobre o cenário musical da cidade.

Como chegamos em 2016? Lógico, musicalmente falando. A cidade é conhecida por ter um "circuito" de barzinhos e restaurantes onde temos todos os tipos de músicos, tocando músicas que não lhe agradam apenas para ganhar o pão de cada dia. Fora desse eixo temos ainda pessoas que estão levando música boa para esses ambientes, fugindo da maneira Jorge Vercilo de cantar... "Chega de mentir..."

Poderia elencar vários artistas locais que estão fazendo um grande trabalho nesse circuito de barzinhos e restaurantes aqui da cidade. Victor Lins, o já saudoso e clássico João Caverna, Dudu & Erika, Rick Anjo. Sim são vários, mas o foco desse texto aqui AINDA não é abordar essa galera que vem demonstrando que existe vida além de Ana Carolina.

Vamos falar de como anda a música que está fora desse ambiente, existe sim música além do que é tocado nas noites vitorienses, normalmente esse tipo de música não fica tão exposta, não aparece tanto para todos, mas a internet está aí para mudar esse contexto.

Não poderia deixar de abrir o texto falando da maior banda de Metal que vitória tem, os caras da Obscurity Tears estão de volta trazendo uma nova faceta da banda, o guitarrista e compositor da banda Evandro Andrade sempre nos manda material novo, seja vídeo dos ensaios, novas músicas que estão sendo elaboradas e sempre me deixa muito bem informado de como a banda está voltando com força total. A banda fez a sua volta no show do Blizzard Of Rock 2016 você pode conferir todo o peso das composições e também todo o cuidado no som que sempre foi uma marca registrada da banda. Marcada pela volta de um dos seus ex-integrantes Jefferson Barreto (baixo e vocal), a banda mostra que 2016/2017 serão os anos que vão marcar a volta definitiva da banda.




É interessante notar que a cidade vem cada vez mais se tornando uma cidade plural quando se fala de música BOA, isso mesmo, este sempre foi o lema principal desse blog, aqui falamos de música BOA, vindo numa vibe cheia de experimentalismo, tive o contato com uma banda que apareceu no cenário musical da cidade e acabou me surpreendendo de maneira positiva. Estou falando da banda Filhos da Invenção. A proposta pra mim ficou muito clara desde a primeira vez que eu vi a apresentação dos caras,uma mistura de elementos nordestinos, lisérgicos, regados a guitarras distorcidas e experimentalismos. Dá pra perceber a influencia desde Pink Floyd até Ave Sangria. As vezes eu sinto as canções um pouco soltas demais, com uma cara de improviso constante, coisa que é muito boa por sinal, mas eu sinto falta de serem trabalhados temas, riffs e sacadas mais consistentes, mesmo sem nunca falar isso pra banda, sinto que esse caminho vem sendo um pouco mais explorado pelos caras, a cada vídeo novo que eles soltam no Facebook da banda sinto uma evolução do som dos caras.

Outra banda que é uma grata surpresa, acredito que tenham iniciado os trabalhos no fim de 2015, é a pesada e competente Black Garden. Seu frotman Gabriel Oleron, que já foi editor desse blog, apresenta grandes clássicos do Rock e Metal mundial. Eu achei bastante interessante o conceito da banda, eles conseguiram mostrar em alguns shows que eu fui, um repertório cheio de unanimidades, quem gosta de Rock n Roll e não gosta de Kiss? Dio? Sabbath? Eles foram no ponto certo, clássicos indiscutíveis e que por incrível que pareça não eram tocados aqui nas nossas terras. Um destaque super positivo da banda é o guitarrista Lucas André, uma mistura de influencias de Zakk Wyld, Jimmy Page e Tony Iommi, o cara evoluiu muito junto com toda a banda, os que fecham o time da Black Garden são meus companheiros de Sexto Ato, Denes Santos e Andre Sousa.

Mostrando toda a versatilidade do "som vitoriense" vem os caras da Barreto. Rodrigo e seus amigos de banda já são figuras bem presentes aqui no blog. Pra mim a Barreto é a banda que mais se movimenta na cidade, eles sempre estão produzindo, singles, EP's. O Rodrigo que é o cara que conduz os trabalhos da banda se destaca por ser um cara que compõe muito, tem por influência aquele Rock que se tocava na década de 90, Nicleback, Creed, Oasis. Inclusive uma boa dica pra Barreto é tentar mesclar um pouco do trabalho autoral, com essas músicas que influenciam o som da banda. Mais uma vez destaco a participação de um cara que chegou e somou MUITO ao som da banda. Israel Neto foi uma ótima aquisição para o time da Barreto e chegou mostrando que temos grandes artistas que sabem fazer Rock n Roll na cidade, Israel é filho de uma das lendas da guitarra vitoriense, Apollo Natureza, e vem mostrando que herdou o talento do pai no instrumento.



Aqui acima podemos ouvir uma versão de Incerteza, um dos últimos trabalhos da Barreto, essa versão foi gravada ao vivo no estúdio quando a banda deu uma entrevista para a TV Nova. Mas vocês podem conferir todo o trabalho acessando o Soundcloud da banda.

Pra fechar o post, trago não uma banda, mas sim um artista que vem começando a se destacar no cenário musical da cidade é o músico e multi instrumentista Phill Neri. Ainda sob a alcunha de Jojó ele também é um ex companheiro de Sexto Ato, sinto muito orgulho de ter tocado com vários caras que estão criando e produzindo seu próprio som. Ele vem encontrado seu próprio som, vem mostrando algumas composições que são gravadas totalmente no seu home estúdio.

Ainda estou começando a entender por quais caminhos nosso amigo Jojó está traçando para as suas músicas, sei que o destaque de suas canções são as letras que estão trazendo uma crítica social bem consciente e consistente, dá pra ver que ele é um cara que leva a música muito a sério e é justamente por isso que ele vem ganhando um destaque no cenário musical da cidade, pois seus vídeos onde ele mostra suas canções no Facebook conseguem atingir uma boa quantidade de visualizações.

Estamos vendo que o cenário é vasto, isso enche os vitorienses de orgulho, pois uma cidade que sempre foi conhecida por produzir um material musical "mais do mesmo" vem mostrando que a cada dia apresenta novas propostas musicais pra quem QUER. Não tem mais desculpas, lembrando que esse post trata só de uma parte do grande material musical que temos na cidade, esse post não acaba no próximo ponto final, aguardem que vem mais por aí.

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3 comentários:

  1. Gostaria de agradecer pelo reconhecimento e sinto-me bastante honrado em fazer parte dessa lista de artistas de qualidade!!!

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  2. O que estaria certo, tocar o que lhe convém sem agradar a quem ouve ou tocar o que não gosta para agradar a quem pediu ??
    A virtude da música (seja como produto a ser consumido ou como prazer de quem executa)está em ela atender a quem a procura, com seus mais variados gostos e desejos.
    Costumo dizer que a priori, não existe música ruim e sim música inadequada para determinada situação.......
    Afinal, seria inimaginável (e inviável) rolar um Beneath The Remains (Sepultura) na enorme maioria dos barzinhos, seja em Vitória ou na capital, como também ficaria tosco ouvir Oceano (Djavan), por melhor que seja o artista, onde se espera um rock mais "caprichado".
    Enfim....parabéns a todos os músicos de todas vertentes.
    Os estilos são muitos, o sol é um só, mas é para todos.
    Parabéns pela iniciativa !!

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  3. Muito obrigado pela interação!! Você tem toda a razão, porém existem pontos fora da curva, tem música ruim mesmo. rsr

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