Quando me surgiu a ideia de fazer este post sobre o prazer
de se ouvir o vinil, não tenho como objetivo vir com uma quantidade enorme de
dados baseados em leituras de osciloscópio pra provar que a qualidade do vinil
é superior a do CD ou vice versa.
Existe uma briga eterna entre os defensores da qualidade do
vinil versus a facilidade e portabilidade de mídias digitais, não quero entrar
nesse mérito, pois ambos detêm experiências em situações totalmente diferentes.
Essa semana mesmo estava no estúdio de um amigo e levei minha vitrola e
percebemos esse som mais ardido do vinil, mais na cara, mas como falei não
vamos entrar nessa vibe de discussão.
Mas afinal se não falaremos sob estes aspectos, sobre o que
vamos falar?
Iremos falar exatamente sobre o prazer quase inexplicável e totalmente nostálgico de, nem que seja por algumas horas, voltar sensorialmente no tempo.
Todos que estão lendo este texto, se é que já não tiveram, deveriam ter a experiência de pegar um bolachão na mão,
sentir o cheiro de coisa velha, mas bem conservada e colocar a agulha em cima com
todo cuidado, enquanto a bandeja já está rodando em exatos 33rpm.
Ao posicionar a agulha antes do início da faixa, ouvimos o
estaladinho do famoso pipocar da agulha sobre a bolacha preta. Esses segundos
que antecedem o início do som, são quase eternos quando estamos com muita
vontade de ouvir aquele disco, mas quando estamos quase nos acostumando com
aquele barulhinho tão aconchegante, vem os primeiros acordes daquela música.
Concluímos
neste ponto o primeiro passo deste ritual, e a não ser que você esteja ouvindo
o Dark Side of The Moon ou o Sargent Peppers Lonely Hearts Club Band, aquele
intervalo com os pipocadinhos sempre aparecerão nos intervalos de uma música pra
outra.
Por falar no icônico disco dos Beatles, como eu poderia não
falar da experiência de pegar a capa do disco na mão, e explorar cada
centímetro da arte do encarte enquanto o som continua saindo das caixas de som.
Como não tentar acompanhar cantando a música através da letra que vem impressa
na parte de trás da capa do disco? E no caso do Sargent Peppers vou além, ainda
posso pegar o “brinde” que vem dentro da capa do disco, e brincar de ser o
próprio Sargento Pimenta, recortar o bigode, os adornos militares e voltar para
1968 para ser integrante daquela banda mágica.
O que falar então daquele vinil que você encontrou no sebo,
que infelizmente o antigo dono lá em 1986 fez uma dedicatória de amor escrita
em caneta na capa, “Ao meu amor com carinho dedico este disco do A-ha, ouça a
faixa 3 e pense no nosso amor”, pois é,
seria cômico se não tivesse estragado aquela capa tão bonita, mas que você não
está nem aí pois o que vale é o som e a experiência nostálgica.
Tão empolgado com a música e no encarte nem percebemos quando o som parou de repente, o braço do toca disco levanta de vagar e volta para a sua posição de descanso, a bandeja para de rodar e aquele momento de extremo prazer é interrompido.
Porém não é a hora de se desesperar, pois é só virar o lado
da bolacha negra e repetir todo o ritual ouvindo o Lado B, pois é, e ainda tem
gente que me pergunta porque danado eu compro Vinil...
Além de toda essa experiência auditiva, ainda tem o prazer
de comprar aqueles discos, mas este assunto eu vou deixar pra depois, mas só
queria deixar registrado que caso vocês queiram repetir esse mesmo ritual
descrito acima temos lugares aqui em Vitória de Santo Antão, que podemos
comprar os LPs.
Tem a loja alternativa Clássicos do Rock do amigo Cristovão
Osbourne, que fica no Edifício Andreza na Rua da Águia no 3° Andar do prédio.
A loja do Cristovão é aquele lugar aconchegante para os amantes da música, tem camisas, CD's, Dvd's e LP's pra vender. É um reduto mesmo do Rock Vitoriense.
E também a loja Record’s da Música do amigo Bartô, que fica
próxima a Praça do Rotary.Onde já fui várias vezes até pra comprar VHS na época em que nem existia banda larga pra comprar (baixar) shows. Lá também se encontra vários Cd's, Dvd's e Lp's pra comprar.
Quem ainda não conhecia e for visitar um desses dois lugares pode dizer que viu este post aqui no #SomNaCidade e vê se descola um desconto... :)
Abraço a todos!
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