Eu sempre me pergunto o que me motiva a escrever um texto sobre qualquer aspecto do cenário musical, nunca consigo achar uma resposta mais aceitável do que... Toda vez que algo me toca aos ouvidos, dá muita vontade de falar pra todo mundo o quão bom determinada coisa é.

Usando uma frase batida (péssima maneira de se começar um texto), mas que é uma frase que sintetiza sim a carreira da londrina, Amy passou pelo mundo da música como um meteoro, consumindo todos os recursos jornalísticos de meados dos anos 2000, mas que também foi consumida por esse mesmo universo sedento por notícias, mainstream, sucesso, furos, fotos e... Escândalos.
A carreira da garota foi marcada por transformações, o documentário citado anteriormente mostra o início de carreira com uma Amy ainda sonhadora, mas já MUITO competente, gostaria de frisar que ela já era MUITO competente e me perdoe a proposital redundância, mas ela é necessária pois, uma das primeiras cenas do documentário é uma jovem Amy cantando um "Happy Birthday to You" para uma amiga que é de se cair o queixo. Hoje em dia em todos os programas de calouros (The Voice, X Factor, Superstar e... ehhh... Raul Gil) podemos achar alguém que tenta de uma maneira descarada imitar o seu jeito despojado de cantar, porém digo com todas as letras NUNCA CHEGARAM NEM PERTO.

Junto com todos os seus atributos vocais, Amy trazia consigo, também já desde nova, um jeito tão despojado quanto a sua maneira de cantar, ainda muito nova em suas primeiras tours pela região onde morava, já à acompanhava algumas substâncias ilícitas, essa foi uma tônica na sua carreira, a sua relação com o álcool e com as drogas. O documentário mostra esse lado dela, tudo isso só potencializava um comportamento explosivo, uma personalidade marcante que ela também sempre teve. Ela era um prato cheio para os tabloides europeus. O documentário também foca em um relacionamento que ela teve com seu ex-marido Blake Fielder-Civil, esse relacionamento foi literalmente o ponto que lhe levou a convergir para toda a loucura que se tornou sua vida pessoal, o ex-marido hoje assume que ele apresentou a heroína para Amy e assim afundando cada vez mais a cantora nas drogas, ela também sofria de bulimia nervosa, era uma bomba pronta para explodir.

Esquecendo um pouco o lado pessoal, esquecendo a sua parte louca, voltemos para a sua genialidade, além de todos os atributos artísticos, ela sabia escolher uma banda como ninguém, seus dois backing vocals, conseguiam roubar a cena junto a genial Winehouse, a dupla conhecida como Zalon & Ede, muitas vezes seguraram a onda dos shows, quando a cantora se quer conseguia subir ao palco por conta dos excessos de drogas e bebida. Com apenas dois álbuns de estúdio, o primeiro e já muito bom disco Frank, trás canções como October Song com uma pegada mais pop/jazz, a divertida Amy, Amy, Amy que já tem como característica o despojo presente em toda a sua discografia.

O fim desta história todo mundo já sabe, e não cabe a mim dizer o quanto ela podia nos apresentar se não fosse o caminho escolhido, a vida foi marcada por todos os excessos possíveis, brigas com a imprensa, drogas, bebidas, relacionamentos difíceis tanto amorosos quanto com a sua própria família, inclusive o pai dela Mitch Winehouse foi um grande crítico do documentário pois, segundo ele, apresentou uma indiferença da família quando Amy estava totalmente imersa nas drogas, que segundo ele nunca existiu, é mostrado várias das muitas internações pela qual a cantora passou durante os anos de sucesso.
Apenas uma coisa é certa. O seu legado ficará eternamente, pela sua abordagem jazzística e por trazer para a nova geração valores musicais que não estavam perdidos e sim esquecidos em algum lugar do passado.
Belo texto Raphael. Sucesso!
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