terça-feira, 22 de julho de 2014

Você conhece a Cena musical "alternativa" de Vitória?

Por Gabriel Oleron.

Obscurity Tears. Tirania. Artheria. Cabeças Podre. Esses são os quatro primeiros nomes que conheci, referente a bandas de Rock na minha cidade. Pode ser que tenham existido outras, todavia, o que importava, era saber que mesmo morando numa cidade majoritariamente forrozeira (e quando se é um adolescente neutralizado pela força do Rock e do Heavy Metal, você só quer distância dos Limões, Aviões, Saias e afins), existiam pessoas quase que invisíveis que cultuaram e perpetuaram com suas bandas, o som pesado no interior.
Aqui na cidade, com o tempo, conheci um grupo que eram, em variados gostos e estilos do Rock, amigos, e passavam um bom tempo ouvindo bandas e, o mais importante, descobrindo bandas. Porém, Das quatro bandas que citei, duas tinham som próprio, e duas eram “covers”. Obscurity Tears
Obscurity Tears na sua clássica formação original

e Cabeças Podres com seus respectivos trabalhos autorais, e Artheria (que tocavam covers de  
 Metallica, Motörhead, Destruction, 
 entre outros) e Tirania (que tocavam covers do Iron Maiden).

Como pioneiros no trabalho mais sério a Obscurity Tears, gravou CD, divulgou, tocou muito pelo estado de Pernambuco, e obteve uma ótima visibilidade no cenário Vitoriense e Pernambucano.


Histórias de mais de 10 anos atrás a parte, falemos sobre o AGORA. O que é que temos agora, por aí, tentando e crescendo e surgindo?
Bandas vitorienses, são, aos meus olhos, curiosas. E me detenho em todos os níveis que vão do Pop Rock Radiofônico, ao ensurdecedor e bruto Hardcore/ Metal.  Por aqui, surgiram bandas de uns tempos pra cá, que estariam tentando sair do ostracismo, e partir pra divulgação. Mesmo que as bandas autorais Obscurity Tears. e Cabeças Podres (punk) tenham tido seus trabalhos com aceitação, uma até o momento está inativa, e francamente, não tive novidades sobre a outra, respectivamente (tentaremos mais informações em posts futuros).

Me lembro que a primeira banda, logo depois dessa primeira "leva" de bandas Vitorienses, a gravar, divulgar, propagandear, gravar clipes, sessão de fotos, enfim, partir pra verdade, foi a banda Mandalla. Com um pop-rock bem radiofônico, sossegado, mas honesto e imparcial. Banda com vários integrantes e vocalista singular, tinham tudo em mãos. E não bastaram alguns shows em boa sequencia, o cd gravado e tudo o mais, e sumiram.

 Depois, Rodrigo Barreto foi  em sequencia, um dos que correram atrás (e ainda está ativo, neste momento, gravando o segundo  full-lenght) e entre trocas múltiplas de integrantes, ele lidera a lista do Pop-Rock vitoriense. Rodrigo Barreto, mantém seu trabalho autoral, sempre ativo e já tem alguns



Barreto se apresentando numa das edições do festival Belas Artes
anos, com uma pegada “Post-Grunge” (na vibe do Nickelback, Hoobastank, Creed, Alter Bridge, com ênfase nas veias “pops” dessas bandas), onde sempre há grande receptividade e aceitação de seu trabalho. Há vídeos espalhados pelo YouTube.





 

Seguido essa linha POP temos a jovem banda D-Blantes, cujos integrantes mal passaram dos 20 anos, já gravaram um CD em menos de 7 meses de banda formada. Atrevidos (como manda a receita de uma banda de rock), meteram a cara e gravaram um som próprio, inspirados por bandas como Charlie Brown Jr. E Detonautas, passando por NX Zero e Fresno, porém, sem muitos clichês, acredite se quiser. Não buscam no som deles, soarem instrumentistas “mágicos”, e sim, jogam e tocam a favor da música, do som, da boa “vibe”, sempre procurando agradar a gregos e troianos de maneira não-intencional, apenas por fazerem um som que a faixa etária, não tem limites. 

D-Blantes no Youtube:

Entre outros estilos de veia “Rock’n’Roll” e Blues, temos a super-competente banda Sociedade Alternativa, um power-trio de resposabilidade, cuja versatilidade sonora está acima dos padrões,  com músicas autorais e versões inusitadíssimas (Bezerra da Silva em Blues-Rock – Não é todo dia que se 

Sociedade Alternativa no consagrado Grito Rock
 imagina isso) de clássicos da música mundial, é uma banda onde Danilo Lima (baterista), César Rasec (Contra-Baixo) e Marcos Karan (guitarra) nunca deixam a peteca cair, e sempre que tocam, mostram a que vieram.

Temos também, a Blusa de Griff, com o icônico Bartô e seus asseclas, tocando um Blues com direito a “Horn Section”, e letras em português em seu trabalho autoral, que tem a simplicidade e a comicidade trágica-amorosa que o Blues em sua raíz oferece. Com alguns covers além das autorais, nutrem acima de tudo, um respeito a nossa língua portuguesa, tocando clássicos de Raul, Marcelo Nova, entre outros.
Pedro Cavalcanti, que já tocou na banda Mandalla, capitaneou a banda Afélio, e atualmente segue aé última informação, carreira solo, também com trabalho autoral

A lenda, Bartô e a Blusa de Griff
Há bandas covers 100%, como a banda Sexto Ato, capitaneada por Raphael Oliveira (guitarra), Denes Santos (bateria) e André de Sousa (baixo), outro power-trio de grandes músicos (que é uma premissa dos power-trios, e eles fazem jus). Tocam covers de grandes e consagrados clássicos do Classic Rock, como Creedence Clearwater Revival, The Beatles, Deep Purple (já ouvi eles tocando até Judas Priest!) e sempre saem do show, com aplausos e comentários positivos, sempre respeitosos, educados, e buscam acima de tudo, creio eu, manter acesa a chama do Rock Clássico, que apesar da raiz blueseira, é uma árvore um tanto esquecida, porém, eles com o show deles, fazem os jovens que vão surpresos aos shows com os pais que dançaram ao som de “She Loves You” no passado, buscarem a magia incrível do fantástico Rock de outrora.
Eu, no meio de toda essa galera, fui vocalista da banda Artheria em 2007, onde tocamos no até então maior evento de Metal do interior Pernambucano como primeiro show (Blizzard of Rock – capitaneado pelo ilustre Cristóvão – ou Cristozzy pros mais chegados) onde tocamos covers do Slayer, Destruction, Metallica, Motörhead, uma música própria e outros covers, e naquela altura, éramos 5 garotos com garra, e aquela vibe “Bay Area” dominava nossa alma. Will Santa Rosa (baixo), Luiz Reinaux (guitarra – RIP), Felipe DeLavor (guitarra), Jefferson Bruno (bateria) e eu no vocal, fizemos bonitos, mas assim que acabou o show, eu já estara decidido em ter minha própria banda.
Mantenho um  projeto autoral e conceitual (que já dura uns 4 anos) chamado “The Viking Gorilla”, onde já compus mais de 45 músicas e não gravei – ainda em busca de integrantes, embora tenha amigos pra contar com isso, por pura falta de tempo. Dessas 45, entre ideias e músicas completas, tenho um material vasto, e pretendo daqui pra 2015 gravar 8 faixas e lançar, seja como material próprio e projeto solo, ou se possível que é a minha vontade, com uma banda completa para mostrar o meu trabalho, e pouquíssimos amigos que ouviram algumas ideias, até agora, material elogiado e questionado por ainda não ter “tomado vida”.

DREADFUL MANKIND no Youtube:

Underground, não existe mais. A internet não permite ostracismos. O que existe é um desinteresse em crescer juntos. A cena vitoriense é enorme e variada. Tem pra todo gosto. Tem de todo tipo. E o melhor de tudo, é que mesmo de maneira individualista, somos verdadeiros com nossos sons. Quem toca Blues, não toca pra aparecer, toca por amor a arte. Quem toca Classic Rock, Pop-Rock, Metal, também. Ninguém toca com meta publicitária, tocamos nossos sons por gosto, por entendermos os nossos respectivos estilos com a devida sabedoria, e não temos músicos medíocres, estrelas (de modo pejorativo), chatos. O que temos é uma paixão sufocante por nosso trabalho individual, que abafa desnecessariamente nossa respiração, e não conseguimos contaminar (ainda) a nossa cidade com mais história, mais cultura, mais música do que já tem.

Reitero, não há nesse texto puxa-saquismo, não preciso e nem precisamos disso. São visões verdadeiras sobre o trabalho musical da cidade de Vitória de Santo Antão-PE. Quem tiver curiosidade, busque pelo YouTube, Facebook, e não será difícil encontrar Cabeças Podres, Sexto Ato, Obscurity Tears, Mr. Oleron (sim, minha alcunha da internet), D-Blantes, Barreto, Sociedade Alternativa...

Temos muita lenha pra queimar...



  

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3 comentários:

  1. a próxima banda vitoriense será a B-12 u.u kkkkk

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  2. Tem Quatro Vídeos Da Banda Tirania No YouTube di ano de 2004 inclusive uma das quatros músicas é de aotoria da bandaAssista a "tirania em vitoria rock Abstract Deams." no YouTube - tirania em vitoria rock Abstract Deams.: http://youtu.be/Eu9wA7DrbuM

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