Por Raphael Oliveira
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Formação atual: Bruno Lee (Bateria), Junior Alves (Guitarra), Evandro Andrade (Guitarra/Vocais), Jefferson Barreto (Baixo/Vocais) |
Numa matéria publicada nesse blog, no ano de 2014, abordamos a história da Obscurity Tears através de uma ótima entrevista com o guitarrista e fundador da banda Evandro Andrade. Quatro anos depois, estamos aqui novamente no O Som na Cidade, voltando a falar de música, Rock'n Roll, e mais precisamente de Metal! Na época da matéria em 2014 a banda passava por um hiato, onde o último trabalho lançado tinha sido o EP, My Chemical State, hoje a Obscurity voltou à ativa, e está a todo vapor, fazendo shows, trabalhando suas redes sociais da banda e o mais legal, lançando trabalho novo, um disco conceitual que se chama Rise of a God. Tive o prazer de entrevistar mais uma vez o guitarrista Evandro Andrade e agora você acompanha como foi o bate papo.
OSomNaCidade
- Evandro, a Obscurity Tears é uma banda que tem uma bela história no
cenário musical da Cidade e do Estado, estamos muito felizes com o
lançamento do novo trabalho, como é voltar a gravar e lançar um novo
trabalho depois de nove anos? Como se chama o novo álbum?

O novo trabalho se chama Rise Of A God.
OSomNaCidade
- Falando sobre o novo disco, por quais caminhos vocês trilharam na
sonoridade deste novo álbum?? O que difere desse novo disco, para os
trabalhos anteriores da Obscurity Tears?
Evandro - Bem,
quem conhece a banda desde os primórdios, sabe que tudo começou lá
no início da década de 90, onde o acesso a informação,
equipamentos e até a música era bem precário em relação a hoje
em dia. A musicalidade no início era bem tosca, sem muita técnica,
tudo movido por um sonho. Os anos passaram, a vontade e determinação
aumentaram e o sonho virou uma meta.
Sendo assim é natural a
evolução musical com o passar dos anos. Nosso primeiro trabalho
gravado, que foi o Songs For A Black Winter, lá no final de 1999,
apresenta uma banda que estava migrando do Death Metal para uma
mistura de Doom, Gotich e Metal. Esse
primeiro registro lançou a banda no underground de fato, rompemos
barreiras, criamos um álbum único pra época e principalmente para
a região. O álbum foi destaque em revistas especializadas, zines,
sites, etc.

Depois de um hiato que durou até o início de 2015, voltamos com uma nova formação e para
fazer um primeiro registro dessa formação dessa época, gravamos o
single “The Deep And Red Sea” gravado em dois dias. Divulgamos
apenas na internet essa faixa. Fazendo um aparato de tudo
que gravamos oficialmente e comparando com o disco recentemente
gravado (Rise Of A God), podemos notar a evolução, tanto no
instrumental, tanto em letras, produção e tudo mais.
Rise
Of A God traz o Obscurity Tears em seu formato mais pesado,
carregando influências de bandas que deram origem ao Doom Death
Metal, tais como Katatonia, Amorphis, My Dying Bride e Paradise Lost.
Sim, é uma espécie de retorno as origens, não só da banda, mas do
estilo. Pra quem entende e escuta esse estilo, esse material se torna
uma verdadeira viajem aos anos 90.
OSomNaCidade
- A banda já passou por vários momentos e trabalhou com várias
sonoridades, hoje como você definiria o som da banda? E quais as
principais influências desse novo disco?
Evandro - Rise Of A God é um disco totalmente Doom Death Metal, calcado nos trabalhos iniciais de bandas da década de 90. Pra quem conheceu a Obscurity pelo Songs For A Black Winter e outros trabalhos posteriores, talvez não saiba que a banda já se chamou Smashed Face, e fazia um som realmente Death Metal, flertando levemente com o Doom. Nesse trabalho a banda resgata essa sonoridade mais crua, direta, com uma parede de guitarras distorcidas e riffs rochosos. Esse material está pronto para desequilibrar ouvidos não preparados. Obscurity Tears no seu estado mais negro, místico e pesado.
OSomNaCidade
- Vocês já tiveram grandes vocais que passaram pela banda, a banda
ficou muito conhecida por revelar grandes talentos nos vocais,
principalmente os vocais femininos, hoje vocês contam com o trabalho de voz do também Baixista da banda, Jefferson Barreto, como estão
trabalhando em torno dessa proposta com vocais guturais que adiciona um
peso para a sonoridade da banda, seria esse o verdadeiro retorno as origens da
Obscurity Tears?
Evandro - Os vocais femininos foram muito importantes na história da banda, gravamos dois álbuns tendo como carro chefe a voz feminina. No entanto, a proposta agora é outra, sim, retorno as raízes, só que com mais pegada, mais técnica e mais coesão. Jefferson surpreendeu a todos, ninguém imaginava que ele conseguiria fazer um trabalho tão bom levando em conta o pouco tempo que ele assumiu o posto de vocalista. Estamos muito satisfeitos com o resultado.
Evandro - Os vocais femininos foram muito importantes na história da banda, gravamos dois álbuns tendo como carro chefe a voz feminina. No entanto, a proposta agora é outra, sim, retorno as raízes, só que com mais pegada, mais técnica e mais coesão. Jefferson surpreendeu a todos, ninguém imaginava que ele conseguiria fazer um trabalho tão bom levando em conta o pouco tempo que ele assumiu o posto de vocalista. Estamos muito satisfeitos com o resultado.
OSomNaCidade
- Como foi o processo de composição desse novo álbum? O disco é conceitual e eu gostaria que você explicasse como foi o processo criativo deste
trabalho.
Evandro - O processo foi natural, não tínhamos em mente um plano de soar assim ou assado. Apenas os riffs iam fluindo e o som ficando cada vez mais pesado. Aos poucos as músicas foram tomando forma, e os temas começaram a surgir e quando começamos a definir quais músicas seriam gravadas, sentimos que algumas faixas se conectavam, liricamente e nas melodias. Eu não diria que é um álbum totalmente conceitual, mas, acredito que uma áurea obscura circunda o trabalho por completo. As músicas se conectaram, letras deram origem a melodias, influências de músicas folk, egípcia, filmes. Liricamente é um trabalho muito rico e apesar das toneladas de drives valvulados que inserimos no álbum, a melodia, o toque de algo mais progressivo ainda está lá, quebrando em certos momentos o clima. Estamos orgulhosos de ter criado esse monstro!
OSomNaCidade -
No festival Blizzard Of Rock deste ano a banda fez o seu retorno aos
palcos da cidade e trouxe várias das músicas do novo disco, como foi a
aceitação do público e como essa volta aos palcos?

OSomNaCidade - Quais os próximos passos? Como vai ser o lançamento dos próximos materiais, próximas músicas, vídeos e etc. Quando teremos em mãos o novo trabalho completo?
Evandro - A gravação foi finalizada aproximadamente à um mês atrás, soltamos uma faixa nas redes sócias que foi a “Lost In The Deep”. Estamos preparando dois lyric vídeos para divulgar o trabalho na web. Quanto ao material físico, já estamos contatando empresas para a prensagem do CD e também vendo possibilidades de lançar o material por algum selo. Outra novidade, é que também pretendemos lançar o material em Fita K7. Para os saudosistas de plantão!! É um formato que está retornando com muita força na indústria fonográfica assim como o vinil, só que vinil sai muito caro para se prensado (risos).
OSomNaCidade
- Gostaria de agradecer mais uma vez a participação no O Som na Cidade,
e sempre que tiver novidades pode contar conosco para divulgar. Um
grande abraço.
Evandro - Nós que agradecemos o espaço! Bandas underground precisam muito desse apoio pra divulgar sua arte. Espero que esse retorno traga cada vez mais motivação e que em breve possamos estar aqui novamente falando de mais um trabalho gravado! E que o Rise Of A God agrade a quem aprecia nosso som!
Para quem quiser ouvir o primeiro Single do álbum Rise Of A God da Obscurity Tears, pode dar play diretamente aqui no nosso blog!
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